São Vicente Pallotti
Quem foi...
Pallotti foi, na verdade, um homem do século passado. Sua força interior, porém, já
anunciava
profeticamente o século XX.
Num sistema de Igreja, em que imperava o modo de pensar preestabelecido, ele trouxe
movimento.
Deu
prioridade ao engajamento dos leigos na Igreja. Pelo trabalho em comunidade, esperou novos
impulsos
na evangelização. Com entusiasmo apaixonado, trabalhou pela difusão da fé, animado pelo
maior
dos
mandamentos: A Caridade. Seu exemplo de vida era Jesus Cristo, Deus entre os homens, irmão
maior
entre irmãos.
Sua vida
Nasceu em Roma, no dia 21 de abril de 1795. Foi ordenado sacerdote no dia 16 de maio de
1818.
Sua
idéia era formar um movimento apostólico, que abrangesse e comprometesse todos os batizados
na
Igreja do mundo inteiro. Para tanto fundou a União do Apostolado Católico (UAC), a 4 de
abril de
1835. Morreu em Roma, no dia 22 de janeiro de 1850. Foi declarado Beato pelo papa Pio XII,
no
dia 22
de janeiro de 1950. Sua canonização deu-se no dia 20 de janeiro de 1963, pelo Papa João
XXIII,
durante a realização do Concílio Vaticano II.
Sua Ação
Pallotti, trabalhando em tempo integral, tinha colaboradores em todas as esferas sociais: nobres
e
gente do povo. Todos o consideravam santo e, com razão, é chamado Apóstolo de Roma.
Apesar de muitas propostas, recusou assumir cargos eclesiásticos de maior projeção,
permanecendo,
realmente, simples sacerdote a serviço do povo.
O jovem sacerdote romano deu passos decisivos na atividade apostólica em busca de novos caminhos
de
apostolado. Dirigiu-se, de modo especial, aos grupos marginalizados, pobres e órfãos, no sentido
de
incorporá-los numa vida digna na sociedade. Preocupou-se com a saúde moral e espiritual dos
soldados. Também os trabalhadores foram objeto de sua atenção apostólica. Visitou sempre as
prisões,
desenvolvendo aí muitas iniciativas sociais e pastorais. Fundou cursos de aperfeiçoamento para
moças
e rapazes, tão carentes de formação naquele tempo. Em tempos de crise econômica, organizou uma
espécie de cooperativa para ajudar os pobres com gêneros de primeira necessidade. Pequenas
propriedades agrícolas encontraram segurança no "fundo de ajuda mútua realizado sob a inspiração
de
Pallotti. Promoveu coletas em dinheiro para a impressão de literatura religiosa, em apoio à
Igreja
Ortodoxa oprimida pelo poder turco. Ainda subvencionou a atividade missionária em terras pagãs.
Ao lado de tantas atividades extraordinárias, deu assistência, de modo incansável, a grupos de
todas
as faixas de idade e de todas as camadas sociais. Procurou - como São Paulo - tornar-se tudo
para
todos. Apesar de toda a atividade, ainda achou tempo para rezar, horas a fio, à noite, diante do
tabernáculo: meditação e oração foram o segredo de tanta fecundidade apostólica. Leão XIII, o
grande
papa da Doutrina Social da Igreja, conservou o retrato de Pallotti sobre a mesa de trabalho. O
papa
Pio XI o chamou de "Precursor da Ação Católica assim como Grande amigo das Missões. Também o Bom
Papa João XXIII venerou um quadro de Pallotti, ainda hoje, dependurado no quarto do papa em
Sotto il
Monte. Dele disse João XXIII na canonização: Este homem simples foi um profeta de Deus. Só hoje
a
Igreja compreende o que ele, no seu tempo, nos ensinou. Nunca, porém, é demasiado tarde. A
canonização de São Vicente Pallotti, durante as sessões do último Concilio Ecumênico, constitui
mais
um reconhecimento público e solene da grandeza desse humilde sacerdote. Os temas centrais do
Concilio, tais como: Vocação Universal à Santidade e Missão dos Leigos no Mundo, foram assumidos
em
cheio por toda a Igreja, como programa de Renovação. Este é o pensamento de Pallotti.
Hoje as idéias e ações semeadas pelo humilde sacerdote romano amadureceram com força,
demonstrando a
maravilhosa atualidade de alguém que as pensou no século passado.
Seu ideal
Uma tal visão universal do Apostolado era ainda desconhecida nos tempos de Pallotti. As tarefas
apostólicas eram reservadas apenas aos sacerdotes, religiosos ou aos bispos. Em vez disso,
Vicente
Pallotti queria que todos os batizados - sacerdotes, religiosos e leigos, pessoas de todas as
camadas sociais e idades participassem do papel missionário da Igreja, de maneira ativa.
Contudo, logo reconheceu que a gente só se torna forte em Comunidade. Assim organizou um plano
ousado: convocar para o Apostolado Universal todos os batizados. O objetivo era chamar a atenção
da
corresponsabilidade de todos, para a obra evangelizadora de Cristo na Igreja. A fim de tornar
realidade esse quase sonho, reuniu homens e mulheres ao redor de si. O grupo assumiria, de
maneira
mais estreita, o plano do Apostolado Universal, com o propósito de seguir Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Eles se tornaram, depois, aqueles que nós, hoje, conhecemos como: os Palotinos e as Palotinas.